Membros da direção do Partido dos Trabalhadores no Maranhão selaram um acordo com o governador Carlos Brandão (PSB), proposto pelo próprio socialista, segundo relatos destes petistas, para que, após a eleição municipal deste ano, seja retomada a discussão sobre o comando da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC).
Ontem, no Diário Oficial do Estado, foi publicada a nomeação de Jandira Dias Araújo Silva para substituir o vice-governador Felipe Camarão (PT) na pasta.
Ela ficará no cargo interinamente, de acordo com o próprio documento, acumulando também a função de secretária estadual extraordinária de Gestão dos Recursos Federais.
Filiado ao petismo, Anderson Lindoso, aliado de primeira hora de Camarão e ligado ao campo do ex-governador Flávio Dino, hoje ministro do Supremo Tribunal Federal, permanecerá como adjunto.
Brandão, ao tratar do assunto com líderes da legenda em data anterior, teria explicado que a substituição de Jandira por Camarão ocorreria de maneira provisória e que a mesma seria indicada para a pasta por possuir expertise na obtenção de recursos federais.
E teria cravado que, após o pleito de outubro, haveria uma nova conversa para tratar do tema SEDUC.
Estes petistas, no momento, avaliam que na posterior conversa seja defendido o retorno de Felipe para a direção da Secretaria.
No entanto, trata-se de um cenário que, hoje, não seria concretizado devido ao sentimento do próprio Camarão de não retornar.
O vice-governador mostra-se, atualmente, aborrecido com as movimentações políticas e administrativas que lhe alcançaram e também ao partido do qual está filiado.
Anderson Lindoso, em caso de negativa do vice-governador, poderia figurar como a indicação da sigla para ascender novamente ao cargo de titular da Secretaria.
Estes petistas ouvidos, assim como políticos que integram o núcleo mais próximo do governador, admitem que a troca de comando da Secretaria tem relação direta com o tensionamento que permanece prevalecendo entre os chamados brandonistas e dinistas.
No último dia 16, vale relembrar, Dino voltou a retirar da pauta de julgamento do STF Ação Direta de Inconstitucionalidade que trata sobre critérios de escolha de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão por parte da Assembleia Legislativa, Casa na qual Brandão detém apoio da maioria quase absoluta.
O PT manteve na estrutura estadual os controles das Secretarias Estaduais de Trabalho e de Direitos Humanos; além do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).