Um encontro público entre o vice-governador Felipe Camarão (PT) e o presidente do MDB no Estado, Marcus Brandão, irmão do governador Carlos Brandão (PSB), clareou, ainda mais, um cenário no qual se apresenta em acelerado andamento um processo de reunificação dos chamados campos dinistas, representado pelo ex-governador e ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, e brandonistas.
Eles apareceram juntos em um almoço realizado na residência da vice-governadoria, em São Luís, neste último domingo, 5.
O petista repostou a foto nas redes sociais a ilustrando com a música “A Amizade”, do grupo Fundo de Quintal.
O tensionamento entre os dois campos ganhou mais força a partir da saída de Camarão do comando da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), ano passado, e com a diminuição de poder imposto a políticos dinistas em postos importantes do primeiro escalão do governo, como a Secretaria de Estado das Cidades (Secid) e Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap), por exemplo.
Ampliou-se nas eleições municipais, quando Felipe, vez por outra, apareceu em palanques não apoiados pelo Palácio dos Leões e em disputas nas quais aliados de Dino foram derrotados por políticos ligados à Brandão, como foi o caso do município de Colinas, terra natal do governador e do deputado federal Márcio Jerry (PC do B), amigo pessoal e aliado ministro do STF.
Acusações mútuas de bastidores apontando para descumprimentos de acordos, firmados ainda em 2022, quando Brandão reelegeu-se e Dino foi eleito para o Senado, foram repassadas de diversas formas à época.
A judicialização da eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, biênio 2025/26, vencida pela deputada Iracema Vale (PSB), apoiadora de Brandão, contra o deputado Ohtelino Neto (SDD), outro aliado de Dino, foi considerada como outro ápice da crise.
O SDD de Othelino, vale relembrar, foi responsável por várias ações questionando no Supremo nomeações feitas por Brandão e sugerindo suposto nepotismo.
Foi a partir deste momento que foram escalados agentes dos dois campos para frear o desentendimento que, para os políticos lúdicos, não interessa a nenhum dos grupos visando 2026, quando estarão em jogo a sucessão do socialista e duas vagas para o Senado.
Felipe e Marcus são dois destes agentes que já sentaram em outras oportunidades para trabalhar as condições sobre como esse realinhamento irá acontecer.
E, pelo visto, as conversações estão fluindo de forma satisfatória.