O governo federal segue comprometendo a maior parte do orçamento com despesas obrigatórias, especialmente salários, aposentadorias e encargos sociais, o que limita os investimentos e agrava a qualidade do gasto público no Brasil. Em 2024, essas despesas somaram R$ 362 bilhões, contra apenas R$ 60 bilhões destinados a investimentos — uma proporção de seis para um.
O desequilíbrio reflete um problema estrutural: o Brasil gasta mais para manter a máquina pública do que com políticas que impulsionam o crescimento. Essa distorção compromete o desenvolvimento e reduz a capacidade do Estado de responder às necessidades da população.
Segundo dados da plataforma Gasto Brasil, Previdência e despesas com pessoal concentram cerca de 60% do total das despesas federais, que são organizadas em 28 categorias — 11 delas representam 96% do gasto total.
Dados da plataforma mostram que, até maio, o governo operava com despesas artificialmente controladas devido à Lei Orçamentária ainda não aprovada. Para equilibrar as contas primárias, o esforço fiscal necessário gira em torno de R$ 300 bilhões. A medida ocorre no contexto do novo arcabouço fiscal, que prevê déficit zero em 2025, exigindo mais receitas e controle de gastos sem frear a economia.